sábado, 7 de julho de 2012

Quieta

Quieta, silenciosa, transitando lentamente pela casa, habitando o por dentro amplamente. Organizando meus livros, minhas gavetas internas, desarrumando outros espaços que de tão organizados me impossibilitavam novas manobras.
Ouvindo outras músicas, conhecendo outros ritmos, respeitando o meu espaço. Que me importa se é quase carnaval e todos os blocos estão na rua? Quero é o aconchego da quietude, da minha cama quente, o barulhinho frenético do teclado do meu computador.
E essa musiquinha calma que me embala, sussurra. Nada grita, nada desagrada, não há desconforto; apenas estou quieta, observando, percebendo outras sensações que não as já tão conhecidas.
Comendo quando tenho fome, dormindo quando sinto sono, lendo pra me alimentar do que gosto, escrevendo quando posso, enfim, desfrutando o aconchego do meu próprio colo…Falando pouco, um pouco séria, mas a minha alegria ainda impera, permeia tudo, o estado é de contentamento.


Se estou muito quieta e se recuso todos os convites para a pré-folia, não se incomodem, é a paz instalada no peito, e eu me fazendo a melhor das companhias… Claro que vasculhando tudo encontrei muitos fantasmas, mas, acreditem, existem muitos fantasmas bons.

(E me lembro do que escrevi pra alguém que um dia estava passando por um momento semelhante: que mãos vazias ainda são as melhores para se colher flores…)



(Marla de Queiroz)

2 comentários:

  1. Que lindo texto! Me identifiquei bastante pois como boa canceriana que sou, preciso desses momentos a sós comigo mesma. Exatamente como agora me encontro. Sozinha em meu quarto escrevendo um conto e, de vez em quando, olhando os blogs e redes sociais para ver o que rola no mundo exterior. Bom demais! Bjs

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  2. Bem eu mesmo, Lili.
    Você sempre encontrando textos que podem me definir. Beijo!

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