Quieta, silenciosa,
transitando lentamente pela casa, habitando o por dentro amplamente. Organizando
meus livros, minhas gavetas internas, desarrumando outros espaços que de tão
organizados me impossibilitavam novas manobras.
Ouvindo outras músicas,
conhecendo outros ritmos, respeitando o meu espaço. Que me importa se é quase carnaval
e todos os blocos estão na rua? Quero é o aconchego da quietude, da minha cama
quente, o barulhinho frenético do teclado do meu computador.
E essa musiquinha
calma que me embala, sussurra. Nada grita, nada desagrada, não há desconforto;
apenas estou quieta, observando, percebendo outras sensações que não as já tão
conhecidas.
Comendo quando tenho fome, dormindo quando sinto sono, lendo pra me
alimentar do que gosto, escrevendo quando posso, enfim, desfrutando o aconchego
do meu próprio colo…Falando pouco, um pouco séria, mas a minha alegria ainda
impera, permeia tudo, o estado é de contentamento.
Se estou muito quieta e se recuso todos os convites para a pré-folia, não se incomodem, é a paz instalada no peito, e eu me fazendo a melhor das companhias… Claro que vasculhando tudo encontrei muitos fantasmas, mas, acreditem, existem muitos fantasmas bons.
(E
me lembro do que escrevi pra alguém que um dia estava passando por um momento
semelhante: que mãos vazias ainda são as melhores para se colher
flores…)
(Marla de
Queiroz)
Que lindo texto! Me identifiquei bastante pois como boa canceriana que sou, preciso desses momentos a sós comigo mesma. Exatamente como agora me encontro. Sozinha em meu quarto escrevendo um conto e, de vez em quando, olhando os blogs e redes sociais para ver o que rola no mundo exterior. Bom demais! Bjs
ResponderExcluirBem eu mesmo, Lili.
ResponderExcluirVocê sempre encontrando textos que podem me definir. Beijo!