sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Hagar

Ela foi rejeitada, mas não abandonada



Hagar tinha todos os motivos para passar o resto da vida lamentando. Ela era a serva egípcia de Sara e foi forçada por sua dona a dar um filho a seu marido, Abraão.

Ao engravidar do marido de sua patroa, o ego de Hagar fica inflado e ela começa a desprezar sua senhora, que era estéril. Sara fica possessa com a petulância de Hagar e dá um ultimato a Abraão. Ele responde: “A tua serva está nas tuas mãos, procede segundo melhor te parecer...” (Gênesis 16.6)

Sara, então, humilha Hagar e ela, com medo, foge da presença de sua senhora, indo refugiar-se no deserto. Lá, é encontrada por um anjo, que a aconselha a voltar e pedir perdão. Ainda no deserto, Hagar recebe a promessa de que a sua descendência seria numerosa.

Em uma passagem, diante de tanta dor, Hagar diz: “... Tu és Deus que vê...” (Gênesis 16.13) Ela volta então para casa.

Os anos passam. Tudo parecia estar bem. Sara havia concebido Isaque e estava feliz da vida. Mas quando Ismael, o filho de Hagar, caçoa de seu primogênito, a fúria de Sara entra em erupção e, mais uma vez, ela pede que Abraão faça alguma coisa.

Ele despede Hagar e seu filho Ismael sem nenhum direito. Sem casa e comida, mãe e filho vivem a peregrinar pelo deserto (leia Genêsis 21. 8-21). Hagar afasta-se do filho para não vê-lo morrer de fome.

Seu sofrimento é intenso. Começara a vida como serva e no momento em que tudo parecia que ia mudar, deixou que o orgulho tomasse conta do seu coração e seus castelos ruíram. Mas ouviu a voz de Deus e pediu perdão. Depois de anos, em que tudo parecia ir bem, de repente, ela se encontrava naquele deserto, vendo o seu único filho, a única coisa que ela podia dizer que tinha, quase morrendo de fome.

O Deus que vê

O que ela havia feito. Onde havia errado? A quem recorrer? Será que Deus via seu sofrimento? Quem nunca se sentiu assim, no meio de um deserto ou enfrentando situações em que parece que ninguém nos vê, ninguém se importa com o nosso sofrimento, com as nossas lágrimas?

Com o coração entristecido e chorando muito, Hagar lembrou-se do Deus que tudo vê. E esse Deus mostrou mais uma vez para ela que o mundo poderia rejeitá-la, mas Ele jamais iria abandoná-la.

O que podemos aprender com Hagar

Não importa onde estejamos. Os olhos de quem tudo vê, enxergam o que vai no fundo de nossa alma, conhece as nossas dores e aflições e, quando chegamos no auge do desespero, Ele diz: “... Que tens? Não temas...” (Gênesis 21. 17)

Não importa a luta que passamos, se nossa herança foi roubada, ou se de repente ficamos sem chão ou a mercê dos infortúnios da vida. Há um Deus que faz o impossível acontecer. E que vai ao deserto só para nos encontrar.

Se muitas vezes fomos rejeitados e quando, aparentemente, as coisas não saem do jeito que esperamos que saiam, ainda assim confiemos na promessa Daquele que perdoa pecados e que não nos abandona. Mesmo que estejamos atravessando um deserto, Ele estará conosco, abrindo poços de água para matar a nossa sede.

Que assim como Hagar, não deixemos que a prepotência ou o orgulho se tornem maiores que os nossos sonhos. Não é por que crescemos em algum setor que temos que humilhar quem está em uma situação desfavorável. Por outro lado, se formos humilhados, lembremos que há alguém que olha por nós, que está sempre intercedendo a nosso favor e jamais irá nos desamparar.

A Bíblia relata que Deus abriu os olhos de Hagar para que visse um poço de água no meio do deserto. Que nós também possamos abrir os olhos para enxergar as maravilhas de Deus para nossas vidas. Pois só no meio do deserto é que temos a chance de encontrar um oásis.

Por Elliana Garcia- Texto publicado originalmente no Arca Universal
http://www.arcauniversal.com/emfoco/mundocristao/noticias/hagar-3016.html

A Juíza Débora

Ela exerceu o poder com sabedoria e humildade


É só entrar em qualquer livraria que depararemos com inúmeros títulos direcionados para a mulher moderna, que trabalha, estuda, é mãe, esposa e profissional. Muitos desses livros, no entanto, não contêm subsídios que possam dar um direcionamento coerente para a mulher cristã. Por que então não recorrer à Bíblia? Nas páginas do Livro Sagrado podemos encontrar histórias inspiradoras de mulheres, que, embora tenham vivido milhares de anos antes de nós, ainda assim, em nada diferem das mulheres contemporâneas.

Através de atitudes sábias, elas podem nos ensinar a aliar trabalho e casamento e principalmente, a ouvir a voz de Deus e seguir uma vida de acordo com a temática cristã. Por isso, iniciamos essa série "Mulheres da Bíblia".

Já que atualmente grande parte das mulheres tem profissão, trabalha fora e cumpre dupla jornada, a nossa primeira personagem será Débora, que foi a única mulher na Bíblia a exercer o cargo de juíza em Israel.

Débora foi uma mulher à frente do seu tempo. Ela é um exemplo de emancipação feminina, em uma sociedade, onde a mulher não tinha tanto destaque na vida profissional. Com sabedoria, ela escreveu seu nome na história Bíblica como juíza, sem deixar de lado o amor à família e à humildade.

No Livro de Juízes, capítulo 4, começa a narrativa dessa mulher forte e corajosa. "Débora julgava a Israel naquele tempo. Ela atendia debaixo da palmeira de sua casa entre Ramá e Betel, na região montanhosa de Efraim; e os filhos de Israel subiam a ela a juízo."

Não sabemos de onde ela veio. A Bíblia conta apenas que, descontente em ver o povo de Israel nas mãos dos inimigos, ela se levantou para lutar por eles.

Juízes 5.7. "Ficaram desertas as aldeias em Israel, repousaram, até que eu, Débora, me levantei, levantei-me por mãe em Israel."

Sua história antes de ser juíza, é desconhecida, mas ela conquistou o respeito do povo, era temente a Deus e além de agir com sabedoria, agia principalmente com amor.

Débora também era casada com um homem chamado Lapidote. A Bíblia não relata, mas provavelmente deveria ter filhos.

Outra característica marcante dessa mulher era ser segura e confiante. Tanto que Baraque, responsável pelo Exército de Israel, disse que só iria para a batalha se Débora fosse junto.

Juízes 4. 8: "Então lhe disse Baraque: Se fores comigo, irei; porém, se não fores comigo, não irei."

Ela tinha o poder em suas mãos, era uma líder, mas não usava de presunção, orgulho ou altivez. A Bíblia nos leva a crer que ela era submissa no sentido de não deixar que a sua doçura fosse ofuscada pelo cargo que ocupava.

Juízes 5. 9: "Meu coração se inclina para os comandantes de Israel, que, voluntariamente, se ofereceram entre o povo;"


O que podemos aprender com ela?

Débora soube conciliar a vida profissional com a vida pessoal. Exerceu funções de poder, mas não deixou que a emancipação, a liberdade, prejudicassem a sua essência feminina permeada por amor, doçura, mansidão e humildade.

Sem o apoio de Débora, o experiente Baraque não teria ido à luta, tampouco teria vitória, mostrando que sem o incentivo e a sabedoria da mulher, não há vitória em nenhum setor da vida.

Débora se levantou e se colocou à disposição de Deus e foi usada por Ele para libertar e dar vitória a seu povo.

No final ela exclamou: "Porém os que te amam brilham como sol quando se levanta no seu esplendor."Juízes 5-3.

Quem ama a Deus em primeiro lugar e busca a Sua direção, brilha em todas as áreas da vida.

Por Elliana Garcia - Texto originalmente publicado no Arca Universal


sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Corrente do Bem

Meus amigos, leitores, quero fazer um pedido especial a cada um de vocês. Leia por favor até o fim.

Você tem sonhos? Se alguém chegasse e realizasse o seu sonho principalmente nessa época de natal não seria o máximo?

Por isso peço a sua ajuda. Vamos formar uma corrente do bem?

Nessa época natalina, muitas crianças carentes escrevem para o papai noel pedindo um presente.

Eles não pedem uma viagem para a Disney, tampouco coisas surreais. Muitos pedem uma bola, um panetone, uma boneca, um chinelo, uma roupa.

Pois é queridos, fiquei sensibilizada com essas histórias e por isso convido vocês para participarem junto comigo dessa corrente do bem.

Como participar

Vá a uma agência dos Correios, escolha uma cartinha e apadrinhe uma criança. O presente deve ser entregue em uma agência que gratuitamente fará com que ele chegue ao destinatário.

E aí, vamos ajudar? Vamos fazer parte dessa corrente do bem?

Espalhe essa idéia.
http://www.correios.com.br/papainoelcorreios2010/

Bjus da Lilli

sábado, 20 de novembro de 2010

Retorno da Alegria


Quando as luzes da cidade
forem ofuscadas
pelo briho do raiar
da aurora...
Irei sentir total felicidade
pela primeira vez
depois que fostes embora.

Por que assim que raiar esse dia
Eu vou sentir no peito a alegria
retornar depois daquele adeus.

*Elliana Garcia

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

A dor que dói mais

Trancar o dedo numa porta dói. Bater com o queixo no chão dói. Torcer o tornozelo dói. Um tapa, um soco, um pontapé, dóem. Dói bater a cabeça na quina da mesa, dói morder a língua, dói cólica, cárie e pedra no rim. Mas o que mais dói é saudade.

Saudade de um irmão que mora longe. Saudade de uma cachoeira da infância. Saudade do gosto de uma fruta que não se encontra mais. Saudade do pai que já morreu. Saudade de um amigo imaginário que nunca existiu. Saudade de uma cidade. Saudade da gente mesmo, quando se tinha mais audácia e menos cabelos brancos. Dóem essas saudades todas.

Mas a saudade mais dolorida é a saudade de quem se ama. Saudade da pele, do cheiro, dos beijos. Saudade da presença, e até da ausência consentida. Você podia ficar na sala e ele no quarto, sem se verem, mas sabiam-se lá. Você podia ir para o aeroporto e ele para o dentista, mas sabiam-se onde. Você podia ficar o dia sem vê-lo, ele o dia sem vê-la, mas sabiam-se amanhã. Mas quando o amor de um acaba, ao outro sobra uma saudade que ninguém sabe como deter.

Saudade é não saber. Não saber mais se ele continua se gripando no inverno. Não saber mais se ela continua clareando o cabelo. Não saber se ele ainda usa a camisa que você deu. Não saber se ela foi na consulta com o dermatologista como prometeu. Não saber se ele tem comido frango de padaria, se ela tem assistido as aulas de inglês, se ele aprendeu a entrar na Internet, se ela aprendeu a estacionar entre dois carros, se ele continua fumando Carlton, se ela continua preferindo Pepsi, se ele continua sorrindo, se ela continua dançando, se ele continua pescando, se ela continua lhe amando.

Saudade é não saber. Não saber o que fazer com os dias que ficaram mais compridos, não saber como encontrar tarefas que lhe cessem o pensamento, não saber como frear as lágrimas diante de uma música, não saber como vencer a dor de um silêncio que nada preenche.

Saudade é não querer saber. Não querer saber se ele está com outra, se ela está feliz, se ele está mais magro, se ela está mais bela. Saudade é nunca mais querer saber de quem se ama, e ainda assim, doer.

(Texto de autoria de Martha Medeiros)

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Força Interior


A vida é belíssima, mas não é tão simples vivê-la.

Às vezes, ela se parece com um imenso jardim.

De repente a paisagem muda e ela se apresenta árida como um deserto ou íngreme como as montanhas.

Independentemente dos penhascos que temos de escalar,

cada ser humano possui um força incrível.

E muitos desconhecem que a possui.



(Augusto Cury)

domingo, 17 de outubro de 2010

Desabrochando Pra Vida


"Eu sou aquela mulher que fez a escalada da montanha da vida, removendo pedras e plantando flores". (Cora Coralina)



Tenho flores na sacada do meu quarto. Na correria do dia-a-dia, deixei -as sem o devido cuidado. Uma delas, que dias antes estivera tão florida, se transformou em um pedaço de galho seco. Podei, fiz de tudo para que renascesse e nada. Cortei toda a planta e deixei o vaso num canto para reutilizá-lo. Alguns dias depois sem nenhuma explicação, uma flor desabrochou no meio daquele vaso. Não havia galhos, folhas, nada! Apenas uma flor pequenina dando o ar de sua graça.

Muitas vezes também achamos que chegamos ao fim. Que não há mais nada a ser feito. Deixamos murchar a alegria de viver e passamos um longo tempo como um galho seco, só ocupando espaço, sem dar flores ou frutos. Mas a própria natureza nos mostra que é preciso renascer.

É no meio das frustrações que devemos aguçar a esperança e é regando essa esperança, que teremos uma nova oportunidade para reescrever a nossa história.

A vida é um eterno recomeçar. Ou recomeçamos, ou nos enterramos vivos. Portanto, sempre é tempo de caminhar e acreditar em dias melhores.

Mesmo que no percurso tenhamos que podar os nossos sonhos pela raiz, isso não impede que novos brotos possam aparecer ou que possamos plantar novas sementes.

Viver é ir além. É acreditar sempre. Mesmo que tenhamos que ir a poente, onde tudo finda, possamos levar a aurora do renascimento, da certeza de que não dá pra ficar vendo a vida passar, é preciso seguir em frente, sem jamais pensar em desistir.

Elliana Garcia

domingo, 10 de outubro de 2010

Agradeça Mais

"O sentimento de gratidão é precioso demais". Essa frase que uma amiga me mandou me fez repensar se tenho realmente agradecido a Deus pelas conquistas, ou me detido apenas nos pedregulhos que surgem no meu caminho.

Quando falo de gratidão, uma imagem vem a minha mente.

De um amigo que tenho. Foi amor à primeira vista. A partir daí, começamos a nos falar, conversar, conhecer a vida um do outro, partilhar sonhos, estreitar a amizade e um carinho que só crescia.

No meio de um vendaval que passou pela minha vida, pude ouvir a sua voz e sua mão sendo estendida quando eu mais precisava de socorro. Disse-lhe obrigado por várias vezes, mas meu coração ainda ansiava dizer-lhe mais.

Uma vez, fui acompanhá-lo a um programa de tv e alguns minutos antes dele entrar no ar, olhei em seus olhos e disse-lhe: "quero te agradecer imensamente por ter me ajudado quando eu estava precisando. Para algumas pessoas nós devemos favor, para outras, gratidão".

Estávamos sentados lado a lado e pude sentir sua mãe apertar fortemente a minha e os seus olhos marejados de lágrimas disse-me: Você pode contar comigo sempre.

Não há palavras que possam expressar essa gratidão, esse amor, esse carinho que tenho por esse amigo.

O seu gesto de solidariedade só veio certificar o que já sei, que amigos a gente só conhece no momento da adversidade.

Por isso, levo em conta uma frase de Brian Dyson, ex- presidente da Coca-Cola que diz. “Apeguem-se às coisas que são queridas ao seu coração (entre elas os amigos). Sem elas a vida carece de sentido”.

E a minha tem uma cor especial, pois com amigos assim, que tem o dom de provocar reflexão e entusiasmo a minha vida e através de suas palavras, de sua arte e amizade, tenho reavivado a minha energia interior.

Há pessoas que passam pela nossa vida deixando marcas tão positivas que jamais iremos esquecer. E esse amigo é uma dessas pessoas inesquecíveis.

Por isso, agradeça sempre, agradeça mais,  por tudo e  principalmente pelos amigos.

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Viva o Presente


Tem muitas pessoas que se agarram ao passado. Outras vivem a imaginar um futuro povoado de incertezas, inseguranças, que deixa os nervos á flor da pele e o coração num turbilhão.

Figurativamente os nossos sentimentos estão ligados ao coração, mas claro que o que sentimos ou pensamos provém do cérebro. Costumo utilizar a seguinte figuração. Se a nossa cabeça está acima do nosso coração é por que devemos ter total controle sobre o que sentimos.

Mas o que tenho visto infelizmente, são pessoas trocando os pés pelas mãos literalmente falando, dançando um samba do crioulo doido em termos de emoções. Ou se apegam demais ao passado, ou se atém muito ao futuro e esquecem de viver o presente, que não poderia ter outro nome senão esse: PRESENTE.

E se é presente é para nos orgulharmos dele, é para vivermos intensamente, da melhor forma possível.

Viver pensando demais no amanhã e esquecer do "hoje" faz o coração vibrar no ritmo da ansiedade e só faz mal.

 Evite antecipar os fatos, deixe-os acontecerem naturalmente. Dê tempo às coisas e, principalmente, tempo à você.

O mundo não pára enquanto ficamos nos imaginando o pior dos seres, ou mentalizando coisas que jamais acontecerão.

Infelizmente, muitas pessoas estão reclusas, presas por seus complexos, aprisionadas por suas ansiedades e dessa forma deixam de vivenciar a etapa mais importante de suas vidas.
O Agora!
O presente!
O Hoje!
 Este Momento!



Elliana Garcia


terça-feira, 28 de setembro de 2010

Cais da Solidão



Viajei pelo mar
da alegria.
Conheci a ilha
da felicidade
embarquei no navio
dos sonhos
enfrentei tempestades
de carinhos
maremotos de carícias
e ondas de desejos...

Avistei os recifes
de uma louca paixão.
Me escondei nos botes
da ilusão.

E não vi,
o tempo mudar
o amor se apagar
E eu aportar
No cais da solidão.

*Elliana Garcia

domingo, 12 de setembro de 2010

Acredite no seu sonho


Susan Boyle, ganhou fama e notoriedade no mundo inteiro ao se apresentar em um programa de novos talentos. Mas antes dela, outra pessoa também emocionou e continua emocionado milhares de pessoas pelo mundo não só com a sua voz, mas também com sua história. O nome dele é Paul Potts.

Paul foi um garoto humilde. Seu pai era um motorista de caminhão, a mãe caixa de um supermercado. Gordinho, com falhas nos dentes, tímido, tornou-se um sujeito solitário. Sempre fora alvo de surras dos colegas de escola. Por uma junção de fatores, sua autoestima não passava de zero.

Ele arrumou trabalho como vendedor de celulares, mas não era assim tão bom, no entanto fora o único emprego que encontrara depois do colégio. Dentro do seu coração no entanto, pulsava um sonho: ser cantor. Mas não verbalizava isso com medo de ser rechaçado pelas pessoas.

Durante muito tempo cantou apenas embaixo do chuveiro e nos fundos da loja onde trabalhava. Até que o patrão o ouviu cantar e o incentivou a lapidar esse sonho. Ele se matriculou em uma escola de música. Sem dinheiro, desistiu do curso e passou a treinar sozinho. Mais tarde, o mesmo patrão o incentivou a se inscrever no “Britain's Got Talent”, o programa Ídolos da Inglaterra. O mesmo que mostrou Susan Boyle ao mundo.

“Preenchi o formulário de inscrição online, mas hesitei antes de pressionar o botão de enviar. Esperei uma hora e decidi atirar uma moeda para o alto - cara eu entro, coroa não”, disse Paul.

E foi assim, com o destino respondendo afirmativamente que Paul teve a sua chance.

Nos bastidores, ele estava apreensivo e quando o chamaram para se apresentar foi recepcionado pelo olhar descrente dos jurados e da platéia que estava pronta para vaiá-lo.

Ao ser questionado sobre o que fora fazer ali, ele encheu-se de coragem e respondeu: Vim cantar Ópera.

Quando abriu a boca para cantar Nessun Dorma, ária de Giacomo Puccini, Paul, o homem tímido dava um grande passo na vida. Veja o vídeo dele. http://www.youtube.com/watch?v=eI2PqIRLf7E

Depois de uma apresentação emocionante, Paul foi aplaudido de pé, ovacionado em todos os momentos. Nascia ali um grande talento...

Ele ganhou a edição do programa, cantou para a Rainha da Inglaterra, gravou um CD que vendeu mais de 4 milhões de cópias e tem emocionando as pessoas com a sua voz.

Portanto, não deixe que as dificuldades atrofiem os seus sonhos. Exercite essa sua capacidade. Pincele forte nas cores da esperança. E quando for a hora de apresentar o seu trabalho para o mundo, haverá lugar para o reconhecimento, o aplauso, a emoção.

Paul demorou muito tempo para ver o seu sonho realizado. Só aos 36 anos pode deixar a incerteza de lado e ir em busca do que realmente queria. E ele só realizou um sonho, por que não desistiu dele.

Nossos sonhos podem até parecer que estão demorando para acontecer, mas quando lutamos e acreditamos, a vida se encarrega de fazer com que eles se realizem na hora certa.

Elliana Garcia

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Não Desista de Lutar

“A dor é temporária. Desistir dura para sempre”.
(Lance Armstrong)

Quando conquistamos algo que desejamos, sentimos uma emoção inexplicável. Mas se em vez da vitória, a derrota é quem nos abraça, aí tudo muda. Ficamos com a sensação de que chegamos ao fim da linha. Que se dermos mais um passo, cairemos num abismo. Mas por incrível que pareça, os aparentes fracassos tem muito a nos ensinar. Os momentos tristes, de decepções, também têm o seu valor e depende da forma que você os encara.

Eu sei, que quando estamos no olho do furacão, tudo parece difícil. Não conseguimos vislumbrar uma saída viável quando surgem avalanches de problemas. O que fazer quando passamos por um momento de vergonha? Quando não avistamos mais nada do que um lago de incertezas e derrotas? É hora de abandonar tudo, desistir? Não. Se esse é o seu sonho, se você acredita nele, resista mais um pouco. Mesmo que as pessoas lhe digam pra mudar de rumo, que a desilusão seja uma companheira constante, insista.

Normalmente temos receio de revelar para os outros, ou para nós mesmos que não fomos capazes de concretizar algo que tentamos. Mas o medo pode ser uma fonte de inspiração para que você se sinta mais preparado.

Sei que sofremos quando fracassamos, ficamos abalados com os resultados negativos, nos sentimos um zero à esquerda. Mas não tenha vergonha de chorar quando for preciso. Não se envergonhe também em voltar atrás se errou o caminho. Admita suas imperfeições, reconheça os erros, fraquezas, mas não perca muito tempo. Pois vencer leva tempo, já para desistir, bastam alguns segundos.

Mesmo que nas batalhas da vida não recebas uma medalha, ou seu nome sequer figure entre os primeiros, jamais duvide de sua capacidade. Valorize as pequenas conquistas. Aquelas alçadas ao longo de sua vida. Pois o vencedor, não é só aquele que subiu ao pódio, mas também aquele, que apesar das contradições, decepções e barreiras persistiu.

No artigo A Força dos Campeões Roberto Shinyashiki diz que, “enquanto se estiver lutando por um objetivo ninguém pode dizer que você é um derrotado. Enquanto você estiver lutando sempre haverá uma nova oportunidade de virar o resultado. O fracasso só acontece para aqueles que desistem, porque no momento da desistência é que a partida realmente termina”.

E desistir, dura para sempre!


(Elliana Garcia)

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Eu Ainda Te Amo


Não precisa me dizer que vai embora.
Eu já percebi nos teus olhos
que o amor, não mora mais no teu coração.

Foi tudo tão bom...
enquanto durou.
Foi maravilhoso...
Mas acabou...

Você vai me dizer adeus
E eu vou fazer o impossível
Para suportar a despedida
Com a partida do meu grande amor.

Não vou me iludir
com lembranças do passado.
Nem com sonhos que eu planejava
para o meu futuro tão distante...

Eu sei...
Agora não tem mais jeito.

Mas...EU AINDA TE AMO!

(Elliana Garcia)

domingo, 29 de agosto de 2010

Falando de Esperança


Já passei por várias situações difíceis. Mas uma delas foi tão terrível que a esperança foi à única tábua a que tive que me apegar para continuar vivendo.

Quando abria a porta da realidade, havia só um deserto a minha frente. Chegava até a avistar uma luz, uma nova paisagem, mas quando chegava perto, via que era apenas uma miragem.

Nada dava certo e a frustração se abateu sobre mim. Caí diante da derrota muitas vezes e olhava para todas as direções, na esperança de encontrar um porto seguro.

Um amigo que acompanhou toda a minha luta me disse: “ Eu sempre admirei esse teu otimismo. Vi o que você passou e jamais ouvi ou percebi qualquer sinal de desistência”.

Agora a minha vida está entrando nos eixos e posso dizer com convicção. Como cresci diante das adversidades. Olho para alguns momentos passados e me pergunto: Como consegui passar por tudo isso?

Portanto amados, sei por experiência própria o que é passar por situações adversas.

Não sei o que te aflige neste momento, mas posso dizer que também tive promessas despedaçadas. Respostas que não chegaram. Amigos que me disseram adeus. Planos que não se realizaram e sonhos que foram destruídos.

Tudo ao meu redor conspirava para que eu desistisse. Me senti fraca em vários momentos. Mas também eu dei um passo a mais e assim sucessivamente até chegar onde eu queria. Eu dei uma chance a mim mesma quando muitos já haviam desistido.

Mas nunca deixei de acreditar que eu poderia vencer. De que eu poderia chegar a um lugar melhor do que eu estava. Dei principalmente espaço para a fé e a esperança e assim, nos momentos onde eu estava mais fragilizada ela surgia como a nascente de um rio e ia aumentando de intensidade e inebriando todo o meu ser me dando forças para seguir em frente.

*Elliana Garcia

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Aprendendo com o Girassol


O Girassol, mede aproximadamente 30 centímetros de diâmetro, seu caule pode atingir até três metros de altura e para chegar a essa metragem, ele precisa enraizar até 1 metro e meio de profundidade para então ressurgir e mostrar toda a sua beleza.

Algo notável sobre essa planta, é que não importa onde o sol esteja, é pra lá que ela se direciona, daí, a origem do seu nome. E mesmo nos dias nublados, onde o sol não é visível a olho nu, o girassol precisa fazer o esforço de se voltar na direção do astro rei em busca de força. Para ser visto, admirado e florescer, tem que primeiro ficar imperceptível, enraizar e quanto mais profundo for, mas ele crescerá e não importam quais as condições do tempo, estará sempre voltado para o que lhe transmite coisas boas.

O vento pode não estar a favor, a temperatura pode estar escaldante, mas ele precisa de 4 horas de luz solar para se manter firme.

Se pararmos hoje para analisarmos a nossa vida, será que não estamos agindo como girassóis rebeldes, que se voltam apenas para as coisas negativas. Fazemos questão de nos determos em coisas que não vai nos acrescentar, de bater na mesma tecla, de apostar em relações sem futuro e pontuamos nossa vida por situações que só vão nos causar infelicidade?

Devemos tomar como exemplo, que é ficando nossas raízes, ou, buscando nos fortalecer internamente que poderemos evoluir em todos os sentidos.

Que para transmitir vida e ser objeto de admiração temos que estar voltados também para o que nos aquece, e ter uma base bem estruturada para não sermos levados pelo vento, ou destruído pela primeira tempestade. Temos que ser maleáveis, viver de acordo com a rotação e se estivermos agindo com coerência, respeito, as ventanias pode até tentar nos derrubar, mas estaremos alicerçados em uma base sólida.

Não importa pra que lado o sol esteja. Se estiver nascendo, ou se pondo, é pra lá que o girassol olha, em busca de luz, calor, força, energia para suportar a noite, o frio e até mesmo a seca.

É buscando energia emocional, fortalecendo o nosso ser, que teremos força de sobra para agüentar os momentos sombrios de nossa existência.

Que tal agirmos como o girassol e girarmos sempre em torno do bem, do que pode nos alimentar internamente?

Qual é o seu sol? Em torno do que a sua vida tem girado?

(Elliana Garcia)





quinta-feira, 12 de agosto de 2010

As Estações da Vida


A exemplo da natureza, nós também temos as nossas estações e todas elas têm um quê de aprendizado, magia e encanto.

O outono é uma época que eu particularmente acho romântica. O tempo da renovação, as tardes de clima ameno, árvores se despindo das folhas, que caem como tapete pelo chão. Folhas que ao cumprir digamos a sua missão se despedem para dar lugar a novos brotos que devem renascer viçosos, verdes e oportunamente embelezar os nossos olhos.

E algumas vezes em nossas vidas, precisamos nos desfolhar, nos despir de algo que possuímos, dar adeus a determinadas coisas, sabendo que foi fechado um ciclo, e que é preciso seguir adiante.

Quantas vezes nos sentimos sem atrativos, assim como as árvores no outono. Perdemos nossas folhas, ficamos meio opacos, vazios e chega o frio do inverno, das decepções, que nos faz hibernar durante um tempo.

Em nossa vida há um momento para reclusão, onde é preciso se resguardar um pouco. Um momento em que precisamos fazer uma viagem pelo nosso mundo interior, recarregar as baterias e capitalizar energia para os momentos vindouros. E esse momento em que estamos escondidos também tem seu valor.

É o inverno de nossa vida, que tem noites longas, frias, mas também um momento oportuno para vermos um céu limpo e cheio de estrelas.

Dizem que depois da tempestade vem a bonança. Depois de um longo inverno, chega a hora de abrir as janelas da alma e ressurgir pra vida. É a primavera chegando, alegre, bonita, florida, colorida, embelezando o mundo com uma infinidade de cores e perfumes.

E a partir daí, ninguém nos segura. Depois de uma reclusão necessária, percebemos a alegria de viver, os sorrisos, a necessidade de sair da nossa toca, de conversar, interagir. E então chega o verão de nossa existência, momento de troca, de demonstrar toda essa paixão pela vida, extravasar tudo de bom que aprendemos e contagiar a todos com a nossa luz e beleza.

Quando estivermos nos sentindo desfolhados pelas lutas e precisando nos refugiar dos invernos das incertezas, não esqueçamos, que assim como as estações climáticas, nós também temos as nossas estações emocionais. Que passemos por todas elas, com a convicção de que embora haja dias de tempestades, por mais que densas nuvens encubram o nosso céu, uma hora o sol irá nascer, a flor irá desabrochar e o nosso coração voltará a bater forte no compasso da felicidade.





quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Você é protagonista ou figurante?


Eu convivo e trabalho com alguns famosos e percebo o crescente interesse das pessoas pela vida das celebridades. Parece que o fato de aparecer na tevê cria uma certa magia e quem está de fora, imagina que os artistas têm uma vida glamourosa, quando na verdade, são pessoas comuns.

Tem muitas pessoas se sentindo infelizes por acharem que suas vidas não tem sentido, que não acontece nada de extraordinário, esquecendo que essas cenas do cotidiano pode ser o maior dos espetáculos.

Você já imaginou que os momentos vividos por uma celebridade nos filmes ou em novelas, são os mesmos que nós vivenciamos no dia a dia? Só que a única diferença é que os das celebridades são realçados pelos refletores das câmeras.

Mas em sua vida, você pode dar a pequenos momentos, contornos de grandes acontecimentos. Um abraço, um jantar, uma música, a reunião com amigos, ler um livro, abraçar a pessoa amada pode ser uma cena memorável também, desde que você dê o valor que o momento merece.

Hoje, infelizmente, as pessoas estão preocupadas com o “ter” e esquecem das coisas simples. Estão sempre atrasadas, apressadas que não dedicam tempo para celebrar pequenos acontecimentos. E dessa forma, não vivem os momentos com intensidade, apenas fazem o papel de meros figurantes correndo de um lado para o outro, chegando e saindo sem dizer a que vieram.

Você não precisa usar uma roupa caríssima para se sentir bonita. Não precisa ser famosa para se sentir especial. Não precisa jantar num restaurante luxuoso para que sua noite seja de conto de fadas. O cachorro-quente da barraca do seu Zé pode se transformar num banquete, desde que o seu coração esteja em paz.

Sua vida pode ser uma história bonita e envolvente. As cenas, você vai escrevendo a cada dia. Uma caminhada no parque, o café com pão e manteiga na padaria da esquina, ou até mesmo sentar no banco da praça, podem ter um valor surpreendente. No palco da vida não perca tempo imaginando que a cena do outro é melhor do que a sua. Vá e faça brilhantemente o seu papel. E ninguém melhor para desempenhar o seu papel do que você mesmo.

Pra finalizar, gostaria de dizer que apesar de todos os dissabores, eu vejo a vida com entusiasmo e sou protagonista de minha história. E você, como tem desempenhado o papel de sua vida. Como protagonista ou figurante?


Elliana Garcia

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Um anjo que eu chamo de amigo

No meu dia a dia sempre tenho algo pra contar. Tudo tem sabor, poesia, cor, vivacidade e parece que as coisas fluem de uma forma, que pode parecer até sonho para outras pessoas, mas é a realidade que vivencio.

Uma das pessoas que me ajuda a escrever o roteiro do meu dia a dia é o meu amigo Déo Garcez. Um ser humano incrível, que a cada dia me traz algo de substancial, dá uma tonalidade de alegria ao meu viver, pincelando fortemente nas tintas da emoção, reflexão e sabedoria. Como eu o amo!

Déo me faz pensar profundamente na vida, tem o dom de me fazer rir, me emocionar e eternizar momentos simples de minha existência. Temos uma sintonia muito forte. Um laço forte de amizade, carinho, admiração e respeito nos une.

Tínhamos que nos encontrar, pois não imagino a minha vida sem a sua presença e sem a sua amizade.

Quero nesse espaço dizer mais uma vez o que você  Déo representa para mim. Mas a sua alma sabe, por que através de um olhar, de um abraço, de uma palavra, você passa o alicerce para restaurar o meu coração.

O melhor de tudo é saber que o que sinto e escrevo é o mesmo que meu amigo sente por mim, pois assim como eu, ele valoriza as pequenas coisas e faz delas um espetáculo para viver e relembrar.

Carinhosamente nos chamamos de anjo...E realmente Déo é um anjo na minha vida

Para vocês meus leitores o recado que deixo é esse... Aproveite cada momento. Esteja cercado de pessoas simples, mas ao mesmo tempo cheias de sabedoria que isso só vai te acrescentar.

Elliana Garcia

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Heróis de Verdade


Madre Teresa de Calcutá é uma pessoa por quem eu tenho profundo respeito. Não sou católica, mas qualquer pessoa, independente da fé que professe, que tenha seus atos sedimentados pelo amor ao próximo é digna de minha admiração.

Ganhadora do Prêmio Nobel da Paz em 1979, Madre Teresa dedicou sua vida aos pobres e oprimidos. Revestida de humildade, todos seus gestos exalavam amor. Falou de paz tanto para os mais simples, como para grandes chefes de Estado. E todos, sem exceção, lhe davam crédito. Era a expressão da paz, candura, da esperança.

Após sua morte, algumas cartas, escritas no decorrer de sua vida foram divulgadas. O teor são as angústias, questionamentos e várias porquês sem respostas que a freira, numa espécie de terapia, fez para outros religiosos, mostrando em cada linha o quanto é parecida com qualquer um de nós.

Saber que essa mulher, por quem tenho tanta admiração também teve suas dúvidas, fez-me um bem enorme. Pois quero admirar pessoas que caem, mas se levantam. Que se questionam, mas têm a fé, que não é destituída por uma suposição. Gente que sente medo, mas também reconhece que precisa de coragem para dar mais um passo. Que mesmo sem força, não tem vergonha de pedir ajuda.

E assim como Madre Teresa, olho para tantas outras pessoas, que lutam a cada dia, que são afligidas por muitas dúvidas, e que mesmo sem encontrar respostas plausíveis, não desistem, continuam lutando, acreditando em Deus.

Pois, tem dias que o sol está brilhando, o céu sem nenhum prenúncio de tempestade, no entanto, o nosso ser está inquieto, prestes a entrar em erupção. Uma sucessão de interrogações povoa a mente, um medo horripilante nos paralisa, nos cega e não nos deixa ver nada além do que incertezas.

O fato de nos sentirmos tristes em um dia, de querer jogar tudo para o alto, não nos faz melhor, nem pior do que ninguém, nos faz sim, reconhecer que somos humanos.

Os heróis também sentem medo. Antes de receberem uma faixa, uma medalha, subirem ao podium, tiveram que ultrapassar barreiras, derramar muitas lágrimas e ter sua alma corroída pela angústia.

Portanto, as crises existenciais e os medos fazem parte da jornada.

Os seus obstáculos interiores serão bem maiores do que os reais. Por isso, não desista. Cabe a quem quer vencer, dominar os sentimentos negativos e caminhar rumo a realização de seus sonhos.

Elliana Garcia

Encontrando motivos para sorrir

Estava fazendo um curso e conheci uma garota, que para alguns, poderia ser classificada como azarada, pois tudo de ruim acontecia com ela. Mas confesso, que era maravilhoso esperar o intervalo para ouvir suas histórias. E o que me chamava à atenção na verdade, era a forma como ela encarava as situações adversas.Um dia ela me contou, que fora dar um simples passeio com uma amiga e quando percebeu, estava dentro de um buraco.Embora não tenha ficado gravemente machucada, precisou da ajuda dos bombeiros para sair de lá. Ela contava o ocorrido com tanta graça, que era impossível não rir também.

Essa colega me disse também, que enquanto estava naquele buraco ouvia a voz da amiga pedindo para ter calma, que em poucos instantes ela sairia dali. E em meio aquela situação, as duas começaram a rir e o tempo de espera pelo resgate, embora fosse de desconforto e angústia, se tornou também num motivo de piada. “A minha única alternativa era olhar para cima e esperar. Não adiantava ficar chorando, pois eu poderia me machucar, perderia as forças, passaria mal e no final ainda teria um trauma terrível. Resolvi encarar tudo com bom humor”, disse-me.

Quantas vezes estamos felizes, andando pelas calçadas da vida e quando percebemos, parece que fomos engolidos por um buraco? Sair ileso vai depender de como encaramos o que nos acontece.

Os fracos sentam, abaixam a cabeça, choram, culpam a vida por tudo e só vêem o fim. Já os guerreiros, olham para cima e agradecem aos céus, pois enxergam oportunidades para testarem seus limites. E você, como encara os momentos em que parece que uma cratera se abriu diante dos seus pés?

Por mais que estejamos no fundo do poço das incertezas, o sorriso ainda é um antídoto valioso para seguir a vida com graça. Só tendo pensamentos positivos, acreditando, olhando para o alto é que teremos êxito. É de onde vem a nossa força, o nosso combustível para ir além.

Outra lição maravilhosa é de quanto os amigos são essenciais em nossas vidas. Eles podem ser o elo que nos liga a um salvador, podem acionar o botão da emergência quando precisamos. Podem até não impedir que caiamos em um buraco, mas estarão ao nosso lado esperando o socorro chegar.

Os amigos têm o poder também de nos confortar nos momentos tristes. De nos fazer sorrir, mesmo quando o que queremos é só chorar. E de nos dirigir uma palavra de ânimo e que acalme o nosso coração.

A forma como encaramos as adversidades faz toda a diferença. Tirar lições do que nos acontece é imprescindível para que tenhamos uma vida sem traumas.

Seja em qualquer situação, o que importa é acreditar. Deixar murchar em nosso ser a alegria de um novo amanhecer é viver uma vida sem sentido.

Por isso, encare os momentos turbulentos com bom humor. Fortaleça seu interior, arquive pensamentos positivos, encha seu ser de fé e quando precisar busque esses recursos de motivação dentro de si. Pois a esperança nos anima, nos dá vigor para continuar em direção a outras conquistas. E mesmo que no meio do caminho você porventura caia em um buraco, terá forças para sair de lá e enquanto caminha, ainda encontrará motivos para sorrir.

Elliana Garcia

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Quando os ipês florescem

O Ipê é uma das mais conhecidas árvores brasileiras e possui além da fama, uma beleza rara e exótica. De cores variadas, desde o branco matiz, ao amarelo ouro, floresce de norte a sul do país. Suas primeiras flores brotam em abril, no pico do outono e quando o inverno cede o lugar para  a chegada da primavera, seus galhos floridos, ainda estão colorindo as ruas, praças e jardins.

A exuberância do Ipê quando começa a florescer, encanta a minha alma. O fato de começarem a brotar quando todas as árvores estão sendo desfolhadas (no outono), também me leva as reflexões das mais profundas.

No frio do inverno quando queremos nos recolher, nos abrigar de qualquer vento ou frieza é que ele majestosamente aguenta os olhares de indiferença e continua enfeitando o mundo, nos provando que vale a pena arriscar, andar na contramão da história, fazer o que ninguém tem coragem.

E na nossa vida, mesmo que as estações estejam desfavoráveis, mesmo que digam que tudo será em vão, ainda assim, podemos lutar e iluminar o mundo de cor e luz. Ainda que poucos olhos e corações poéticos vejam nosso esforço.

Mesmo no frio cortante, com a maioria das árvores adormecidas, o ipê dá um ar primaveril a essa estação. Contrariando a tudo e a todos, suas flores desabrocham na seca. Portanto, mesmo na aridez de nossas vidas é possível deixar desabrochar algo de bom.

O que me fez escrever sobre os ipês foi avistar uma árvore repleta de flores e no dia seguinte olhar e ver essas mesmas flores cobrindo o chão, como se fosse um imenso tapete. E o que parecia tão triste tornou-se espetáculo.

Nós também temos os nossos ciclos. Um dia estamos cheios de flores e beleza, em outro somos desfolhados pelo vento. Mas a vida segue e depois voltamos ao ritmo do universo, voltamos à vida. 
E quando avistar um ipê, lembre-se disso. É hora de deixar renascer seus sonhos.


Elliana Garcia

terça-feira, 20 de julho de 2010

O Valor da amizade

Falar de amizade, sem falar da minha amiga Zel é impossível.

Nos conhecemos quando tínhamos entre três e quatro anos de idade, mas a nossa amizade se fortaleceu mesmo algum tempo depois. Essa amiga faz parte de minha história, está presente em vários capítulos de minha vida e marcou os momentos mais preciosos de minha existência.
Temos várias histórias hilárias e o valor da sua amizade vai além de qualquer coisa.

Nos apaixonamos pelo mesmo homem e nunca disputamos o amor dele, pois a nossa amizade estava em primeiro lugar.

Lembro dos livros que líamos. Júlia, Sabrina, Bianca e assim como nas histórias sonhávamos com um príncipe encantado que iria nos fazer feliz para sempre.

A fantasia sempre foi um lugar mais aconchegante do que a nossa realidade.

A vida tratou de nos separar fisicamente, mas arrumamos um jeito de estarmos sintonizadas. Trocávamos cartas, sabíamos de tudo uma da outra, e uma saudade que aumentava a cada dia.

O tempo foi passando, a cartas ficando cada vez mais raras. Mas a nossa amizade sempre ultrapassou todas as barreiras. Muitas vezes nos víamos no aeroporto, entre um embarque e outro.

Construímos outras histórias, vivemos amores, tivemos decepções e um desses amores que resolveu sair da sua história, deixou a minha amiga arrasada. Achei que jamais ela fosse amar novamente.

Mas Zel continuou acreditando e praticando a arte de transformar a derrota em vitória, a coragem de ser ela mesma e amar de novo.

O final da história de minha amiga parece extraído de um dos romances que líamos na adolescência. Uma igreja simples, mais de 400 A. C em Roma, na Itália, foi o local para selar a união dela com o Luca, um verdadeiro príncipe italiano que chegou nem cedo, nem tarde demais, mas no momento certo para fazê-la feliz.

Fiquei emocionada ao ver a foto de seu casamento e mais feliz ainda por essa amiga me mostrar que apesar das dores, decepções, vale a pena acreditar no amor, na amizade, dar uma oportunidade a si mesma e tentar quantas vezes for preciso para ser feliz.

Elliana Garcia

domingo, 18 de julho de 2010

Há Males que vem para o bem



Nada como um dia após o outro ou simplesmente as experiências para nos fazer entender que se algumas coisas não saírem conforme o planejado, por mais que não vejamos nenhuma luz no fim do túnel naquele momento, tudo está sendo feito para que possamos lá na frente vivenciar algo melhor. Você perde aqui, mas depois será recompensando. É assim que tenho entendido a vida.

Conversando com um amigo sobre as voltas que o mundo dá, me detive exatamente em algo que me ocorreu há alguns anos, que tinha tudo para ser duradouro, mas que teve um fim de repente. E eu não aceitava esse fim de forma alguma. Passei por um período de luto, introspecção e para não pirar de vez, já que não tinha tanta força emocional como hoje, centralizei toda a minha força e tempo no trabalho e estudo.Tranquei-me em minha dor e não queria compartilhar nenhum dos meus sentimentos com ninguém.

Até que chegou um momento onde não dava mais para viver sozinha, precisava trazer à tona alguma coisa boa que estava escondida dentro do meu ser. Deixar os amigos se aproximarem, permitir que as pessoas gostassem de mim.

Me despedi do passado, virei a página, roteirizei meus projetos, mudei de bairro, de pensamento, entendi que a vida estava me dando uma nova chance e decidi VIVER..

Depois dessa conversa com esse amigo, entendi que se eu não tivesse passado por todo esse processo doloroso, jamais o teria conhecido. Tenho certeza disso. Minha vida teria tomado outro rumo e eu não teria a oportunidade de conhecer não só esse amigo, mas muitos outros que partilham comigo de momentos únicos, mágicos, de solidariedade, sentimentos e me ajudam a transformar acontecimentos banais de minha existência, em lembranças infinitas.

Hoje, quando a vida segue outro rumo,ou quando um ponto final é colocado no lugar de uma vírgula, eu sei que é a vida me dando a chance de conhecer pessoas novas, de vivenciar outras experiências, de escrever um novo capítulo de minha existência que com certeza terá mais emoção, brilho e vivacidade.

Só o tempo para mostrar que sofremos por antecipação, que nos angustiamos à toa, que sequestramos momentos de nossas vidas por não acreditar que há males sim que vem para o bem. Por experiência própria, posso dizer que a dor do passado é insignificante diante do que tenho vivido, da grandeza de ter encontrado pessoas tão lindas, maravilhosas e que não consigo mais imaginar a minha vida sem elas.

Li essa frase, "Quem sabe o fim não seja nada e a estrada seja tudo."

Quem sabe o fim de algumas coisas não seja o início de outras muito melhores. Para mim pelo menos, foi.

Elliana Garcia

sábado, 17 de julho de 2010

De frente pro Espelho


Estava pensando em aplicar botox e me livrar de vez de uma ruga de expressão que vai de um lado ao outro de minha testa fazendo um caminho tortuoso quando fico nervosa ou pensativa.
Diante do espelho, fui apresentada a outras rugas e marcas que apareciam ao longo do rosto.

Calculando mentalmente as contas de um botox que deveria ser aplicado duas vezes ao ano, pensei: o que mudaria em minha vida o fato de parecer alguns meses mais jovem?

Claro que cuido da minha parte externa, mas, entre malhar o corpo ou fortalecer o espírito, sempre fiquei com a segunda opção. E foi aí mesmo que me detive quando me perguntei onde fora parar essa busca por ser alguém diferente, um ser iluminado?

Escondida entre tantas interrogações bobas dei um sorriso. Rindo de mim mesma observei uma covinha que ladeia o meu rosto quando sorrio com vontade. Prestei atenção no que um amigo me disse tempos atrás, que quando abro a boca num sorriso, meu olhar fica pequeno e transmite um brilho diferente.

Me olho mais uma vez. E essa linha que cruza a minha testa me fazer reviver tantas sensações.

Essas marcas contam a minha história e de uma forma poética me dão a dimensão de quem sou hoje.

E como disse uma amiga "essas ruguinhas expressam o quanto chorei, vivi, amei, sofri, sorri”.

Com uma intervenção estética eu poderia até ter de volta o frescor da juventude, mas de nada adiantaria se o meu ser estivesse recheado de desespero ou falta de esperança.

Melhor continuar assim...
Pode ser que um dia eu aplique o botox. Mas por enquanto essas marcas de expressão tem marcado um momento de redescobrimento. Transformei o meu espelho no meu melhor amigo. E comecei a enxergar os pontos positivos que só podem ser vistos quando mergulhamos dentro de nosso ser.

A beleza que vem de dentro é o que dá brilho ao nosso olhar, ilumina nosso rosto, é responsável pelo sorriso que brota lá do fundo e contagia os que estão a nossa volta. E graças a Deus eu tenha essa luz que me permite enxergar belezas escondidas e o dom de transformar pequenos momentos em grandes acontecimentos.

Vamos aumentar a autoestima mulherada. A maioria tá malhando o corpo e enchendo o ser de orgulho. Inflando o peito com silicone, mas esquecem de um sorriso verdadeiro. Fazendo dietas malucas, mudando tudo exteriormente e esquecendo do mais importante...de cuidarem de si mesmas, da sua alma, do seu espírito.

Equilíbrio é fundamental em qualquer setor. Quer malhar? Oba!!! Mas reflita se não há um sobrepeso de falta de solidariedade, de falta de educação, de amor próprio, pelo semelhante, pela vida.

Quem não me conhece, pode pensar que estou sendo utópica. Mas tenho visto na prática o quanto a simplicidade, o carinho, a alegria e a educação tem efeitos surpreendentes na vida de uma pessoa.

Elliana Garcia

Não Desista dos Seus Sonhos



Benditas são aquelas pessoas, que, a despeito das dificuldades, continuam tendo o seu coração aquecido pela chama da esperança de um dia realizar seus sonhos. Independente de qual seja,sonho é sonho. Pode parecer loucura para os outros, mas o que importa, é o valor que ele tem para você.

Mas, tem horas queridos, que por mais que sejamos otimistas, a realidade se mostra atroz, cruel, que quer colocar um ponto final em tudo aquilo que ousamos idealizar.

O que fazer, quando o mundo parece estar contra nós? Quando o semáforo do tempo estaciona no vermelho, nos impedindo de seguir em frente? Desistir de tudo, chorar, espernear, se sentir o pior dos seres?

Sei o quanto é difícil quando precisamos dar uma pausa em nossos sonhos, ou quando mais precisamos e ele não acontece. Parece que entramos em um deserto, onde a vida parece seguir em passos letárgicos. Andamos, andamos, e não saímos do lugar.

Mas podemos passar por esse deserto sem sentir tanto o calor das frustrações. Como? Aproveitando esse tempo de aparente ostracismo para criar, pensar e fortalecer esse ideal que nesse instante parece mais uma miragem, do que em algo que você acreditou.

Andar pelo deserto não é fácil, mas tem suas compensações. É só lá que temos a chance de avistar um oásis.

Quem é sonhador de carteirinha, sabe o que um sonho representa e o quanto ele é vital em nossa existência e como nós precisamos dele para que a vida se torne mais bonita e colorida.

Quem sonha, abre as janelas de seu ser para visualizar novas oportunidades. E o sonho que vai nascendo de mansinho nos dá força, mexe com emoções adormecidas, trazendo à tona todo esse desejo de viver e ir além.

Por outro lado, há aqueles que tiveram o coração preenchido por sonhos, mas perderam a motivação ao longo do caminho. De tanto se sentirem calejados com os “fracassos” da vida, deixaram de tentar.

Quais os sonhos que você deixou para trás?

Não importa a sua idade, nem os obstáculos que você terá que transpor. Nunca deixe atrofiar a sua capacidade de sonhar. Ainda dá tempo de correr, de lutar e transformar seus mais secretos desejos em realidade. Se você teve que dar adeus a alguns sonhos, isso não o impede de realizar outros. De encher a sua alma de encantamento, de colocar brilho no seu olhar. Pode até parecer até utopia, mas por mais difícil que esteja, não desista dos seus sonhos.

Elliana Garcia

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Celebrando a Vida



Enfim, meu aniversário. Confesso, adoroooo quando chega essa data, pois além de receber abraços, carinho, me sentir mais amada e especial, aproveito também para fazer um check-up mental, jogar fora o que não me acrescenta, reavaliar posturas e partir para uma nova etapa, na construção de quem sou verdadeiramente.



E percorrendo mentalmente todo o percurso por onde trilhei durante esses anos, percebi entre tantas dores e decepções, algo extraordinário; a minha capacidade de sonhar, de sempre enxergar alguma coisa boa, de mesmo por debaixo dos escombros, avistar um resquício de luz, da capacidade para juntar os cacos, polir o quebrado e refazer a vida sempre.


Nessas andanças por caminhos tão meus, descobri tantas nuances de mim mesma que se a minha vida fosse uma colcha de retalhos diria que muitas partes foram remendadas; E mesmo pedaços, costurados em épocas e com estampas diferentes estão em total sincronia com tudo que sou. Não há cor opaca, desbotada, parece que a cada dia a colcha de minha vida ganha mais cor, vivacidade, pois tenho buscando as coisas do alto, fortalecendo o meu espírito e querendo sempre, ser alguém melhor.



Hoje, tenho maturidade para transformar os erros em aprendizados, pois apesar das turbulências, dificuldades, as coisas acontecem numa rapidez que enche meu baú com tantas histórias que sempre tenho alguma coisa pra contar.



E só tenho que agradecer. Os amigos que eu tenho, pessoas que chegam de repente e acabam encontrando na minha amizade, na minha forma de lidar com a vida um porto seguro, onde sabem que podem voltar quando os mares estiverem turbulentos. Amigos que compartilham comigo um pouco de suas vidas, de seus sonhos e que também se tornam verdadeiros oásis no meio do deserto, quando a minha alma precisa de refrigério.


E assim, olhando para partes fragmentadas de minha vida, vejo que cada peça se encaixa, que tudo está, aonde deveriam estar e que só tenho que celebrar cada pequeno momento, pois são desses momentos que construímos a nossa história, a nossa vida. E o melhor da vida é viver.

Elliana Garcia

O Valor de um abraço

 Sou jornalista e gosto de conhecer a história das pessoas. Estava na rua, entrevistando uma pessoa, quando apareceu uma mendiga que me olhou e perguntou: você pode me ajudar? A primeira coisa que me veio à mente: Ela vai me pedir dinheiro. Como se adivinhasse meus pensamentos, ela respondeu: Não quero dinheiro, preciso de uma caneta e uma folha de papel, você pode me dar? Passei o papel para ela, pedi que esperasse eu terminar a entrevista, pois queria conhecer a sua história.

Ao final da entrevista fui conhecer aquela mulher. Não era feia esteticamente, embora tivesse os olhos sem brilho, ofuscados pelas agruras da vida. Ao me despedir, ela me olhou e perguntou: posso te pedir mais uma coisa? Talvez você não possa me dar.

Será que ela queria minha bolsa, roupa, dinheiro? Na dúvida, respondi sim.

Ela me pediu um abraço.

Antes de ir trabalhar eu havia lavado o cabelo, tomado banho com um sabonete líquido cheiroso, passado creme no corpo, usado um perfume que amo. E aquela mulher que há dias não tomava banho me pedindo um abraço?

Eu fiz o que tinha que ser feito. Seu cheiro não era dos melhores, mas eu não podia negar esse pedido. Abri os braços e primeiro deixei ela me abraçar, depois meus braços a envolveram e a abracei também. Depois do abraço, ela enxugou uma lágrima, mas já tinha outro brilho no olhar e me disse. É que gosto de dar abraço e faz tanto tempo que não ganho um. Obrigada por me abraçar.

Meu coração se derreteu naquele momento e comecei a chorar. Com tanta dificuldade, dormindo na rua, aquela mulher poderia me pedir qualquer coisa, mas me pediu um abraço.

Agradeço a Deus por ter um trabalho que amo, por fazer o que sempre quis fazer e por ter a oportunidade de encontrar pessoas que ainda vê que os bens mais valorosos que temos não podem ser comprados, como um abraço por exemplo. Esse abraço não fez bem só a ela, fez a mim também...

*Elliana Garcia

Mercado Municipal de São Paulo


Sabor, beleza e história


Por Elliana Garcia



Passear pelo Mercado Municipal de São Paulo, também chamado de Mercado da Cantareira ou Mercadão, é embarcar em uma viagem de cores e sensações que faz bem aos olhos, mente e paladar.
Com uma área de 12,6 mil metros quadrados, o prédio em estilo neoclássico, projetado pelo escritório do engenheiro e arquiteto Ramos de Azevedo, começou a ser construído na região central da capital paulista em 1928. Quando ficou pronto, em 1932, foi usado como depósito de armas e munições pelos revolucionários constitucionalistas. A inauguração só aconteceu em 25 de janeiro de 1933. Hoje, o local, que possui vitrais coloridos que mostram cenas do campo, como a lida com o gado e colheita do café, movimenta diariamente 350 toneladas de produtos e recebe aproximadamente 14 mil pessoas por dia: comerciantes, amantes da gastronomia, turistas de todos os cantos do País, donas de casa, visitantes eventuais, gourmets, entre outras, que encontram no mercado diversidade de produtos, de várias partes do mundo. Até o Rei Harald 5º, da Noruega, em sua primeira visita oficial ao Brasil, em 2003, não resistiu e foi experimentar as delícias do lugar, famoso internacionalmente pelos bolinhos e pastéis de bacalhau e sanduíches de mortadela.



Cores e Sabores


Circular pelos corredores do Mercadão é trilhar por um caminho de surpresas. As mais de 300 bancas do espaço despertam os sentidos nas suas variáveis formas: ilumina os olhos dos visitantes com a diversidade de cores, apura olfatos com diversos cheiros exalados e aguça o mais exigente paladar, além de despertar a curiosidade ímpar de conhecer itens multicoloridos e exóticos de diversas partes do Brasil e do mundo.
A pitaya, fruta de origem chinesa ou colombiana, por exemplo, é uma que atrai o nosso olhar. Parecida com a alcachofra, possui três variedades: a rosada por fora com a parte interna branca, a rosada por fora com a parte interna vermelha e a amarela, que por dentro é branca. Suas sementes parecem com a do kiwi. Pesa de 150 a 600 gramas e possui gosto adocicado, que lembra o melão. Pode ser ingerida crua ou utilizada para fazer suco ou vinho. Azedo mesmo é só o valor da fruta, que dependendo da origem pode custar até R$ 120 o quilo.
Outra fruta bastante exótica é o mangostin, ou a fruta da rainha. De origem asiática, lembra a nossa popular fruta do conde e a colombiana granadilha, que parece um maracujá. É possível também encontrar umbu - fruto originário do Nordeste brasileiro, utilizado para sucos, geléias e doces -, licuri - um coco pequeno do sertão da Bahia -, além de frutos da Amazônia, morangos americanos e frutas desidratadas.


De dar água na boca



Impossível não ficar tentada a parar em cada banca. Seja pela recepção animada dos vendedores, ou pela tentação em provar tudo que se vê pela frente. Carnes, embutidos, defumados, queijos diversos, alcaparras, grãos, pimenta, temperos, bacalhau da Noruega, azeitonas chilenas e gregas, castanhas, vinhos, azeites raros, doces árabes, chocolates. Um pedacinho de cada parte do mundo sendo representado nesse pedaço do paraíso.
Reforma
Nos anos 70, o Mercadão passou por uma crise e foi cogitada a sua demolição. Comerciantes e simpatizantes lutaram e, em 2004, aconteceu a maior reforma do local, que ganhou mezanino de 2 mil metros quadrados, destinado à praça de alimentação, com 8 restaurantes, espaço gourmet - com cozinha equipada para aulas de culinária e eventos ligados à gastronomia -, e um local reservado para shows musicais, apresentações teatrais, feiras de artesanato e eventos diversos, que atraem os mais variados públicos.


Um século de história


Se a história do Mercado da Cantareira por si só já é cheia de encanto, a de quem ajuda a fazê-la não poderia ser diferente.
Leonardo Chiappetta, de 56 anos, conheceu o Mercadão aos 10 anos. Ele acompanhava o avô, Carlo Chiappetta, imigrante italiano que veio tentar a sorte no Brasil no início do século passado. Em 1908, o avô fundou o Empório Chiappetta. Com a inauguração do mercado, em 1933, o estabelecimento mudou para lá. O pai do então menino Leonardo herdou os negócios da família. O garoto, a princípio, não queria fazer o mesmo que seus antepassados. Formou-se em engenharia mecânica e tornou-se um empresário bem-sucedido. Mas o amor e a tradição familiar falaram mais alto. Ele vendeu a empresa e deu sequência ao negócio iniciado pelo avô.
O comerciante nos conta várias histórias, entre elas a dificuldade dos imigrantes para encontrar produtos provenientes de seus países de origem. A abertura do Mercadão tinha esse intuito, de suprir a população. “O mercado era um pouco distante para muitas pessoas, mesmo assim, elas frequentavam o local duas vezes por dia. Por não terem refrigerador em casa, compravam pela manhã o que iriam utilizar no almoço e retornavam à tarde para comprar o que fariam para o jantar. Era a melhor forma de se obter produtos frescos”, lembra.
Além da tradição do negócio da família, passada de pai para filho, pergunto que lição Chiappeta herdou do avô e do pai: “Assim como eles, passei por vários momentos difíceis. Por diversas vezes a água das enchentes chegou a 1,2 metro de altura no mercado. Perdemos tudo. Mas sempre buscamos forças para recomeçar.” E é essa força de recomeçar sempre que tem perpetuado a história dessa família em São Paulo e de seu estabelecimento, fundado há 102 anos.
Visitas


O Mercado Municipal fica aberto de segunda a sábado, das 6 às 18 horas. Aos domingos e feriados, das 6 às 16 horas. O endereço é Rua da Cantareira, 306, centro de São Paulo.
O espaço também tem o serviço de visitas monitoradas, num roteiro com duração de 2 horas que acontece às terças, quartas e quintas. Para participar dessas visitas é necessário agendar com antecedência de pelo menos 24 horas. O telefone é (11) 3313-2444. Outras informações: www.mercadomunicipal.com.br .